domingo, 24 de abril de 2011

Indesejável



Meu pai
Adentrou
Em casa.

Deixou
A porta
Encostada.

Cansado,
Tomou
Um banho
E deitou.

A indesejada,
Mas não
Uma qualquer,
Era a das gentes.

Escutou leitor?
Era a indesejada das gentes!
Das gentes!
Das gentes!

Entrou
Em casa.

Na calada
Da noite.

Descalça
E a passos
Longos
E vagarosos.

Sentou
Na mesa
Da cozinha.

E saboreou
Um cafezinho.

Meu pai
Acordou
Com sede
E foi beber
Água,
E se assustou
Com a tal visita.

Ali meu pai
Travou um
Combate.

A indesejável
Com sua foice,
E meu pai
Com o seu facão.

A luta
Decorreu
Por 16 dias.

A indesejável
Não perdoou
E em um golpe
Fatal,
 Levou
Meu pai com ela.



Pseudo fumante





Queria um cigarro
Para tentar espantar
Meu adorável tédio.

O marasmo me ronda
Falta sangue nas veias
E o torpor a se aproximar.

A cabeça a mil
Penso concomitantemente
No que foi meu
Passado,
No que é o meu
Presente,
E no que virá no
Futuro.

Ei moça!
Boa noite
Você poderia
Me dá um cigarro?

A moça nem titubeou
O cigarro já estava
Entre meus dedos
E bem aceso.

E na hematose de toxinas
Espero chegar
O meu sono.