domingo, 4 de dezembro de 2011

BAÚ




As luzes se apagam.
As cortinas se abrem.
Está tudo escuro.
Uma fonte  de luz sai à direita.
E uma música doce a soar.
A sábia adentra no palco.
Seus cabelos são encaracolados
Conjugados com seu rosto
Meigo e  lábios brilhantes,
É capaz de deixar homens
Paralisados por certo tempo.

Outra fonte de luz
Sai à esquerda.
O conselheiro adentra no palco.
Não existe iluminação para ele.
Ele a observa.
Fica escondido.
Ele fica em um canto do palco
Só observando seus gestos,
Suas manias, seus defeitos,
Suas qualidades.

Ficou bestializado com a beleza.
Quando viu seus lábios,
Lembrou do romance
De José de Alencar,
Iracema, a virgem dos lábios de mel.
Pelo o que ele analisou
Viu uma menina que
Muitas vezes faz
Observações sobre
Fatos cotidianos
Bem interessante.
Ela gosta de ler,
O estilo de músicas
Que ela escuta
É bem parecida
Com o dele.
Pelo o que ele
Analisou nela
Ela é da área de humanas.
Apesar de ele ser da
Área de saúde ele
Adora a área de humanas.

Ele se aproxima dela
E se apresenta.
Ela é  bem simpática,
A conversa flui
Com naturalidade.
Falam  de músicas,
Shows, peças de teatro,
Profissões e etc.

Ele faz medicina
Ela faz comunicação social.
Profissões opostas
Personalidades semelhantes.

A conversa engrenou
Por  certo tempo,
Mas indefinido.

Ele pegou telefones,
Email, Orkut e facebook.

Saio da conversa com
Uma belíssima impressão.

Pois ele nunca tinha
Visto uma menina com tantas
Afinidades culturais.

Desde a sua infância
Ele procura uma mulher
Com tais características.

Ligações foram conduzidas
Emails nem se fala.

As repostas, no começo
Foram convincentes.
No decorrer do pequeno
Ano, as repostas se tornaram
Bem demagogas.

Em um show
Ele encontrou com ela,
Seu coração parecia
Uma escola de samba.

Nosso amigo conselheiro
Não agüentou,
Conversou com ela de novo,
Mas desta vez ele foi simples e direto.

Sua pequenina paixão
Ele a expos.
Colocou na mesa de
Jantar, e ela a devorou.

Ele ficou revoltado
Pois esse amigo fora,
Ele não esperava.
A Sábia já estava
No seu currículo
E colocada na parede.

Nem ele sabe  o porquê
Isso aconteceu com ele.

Chegou em casa
Chutando tudo
Pela frente.

Rapariga e puta
Era as melhores
Características
Que ele a denominou.

Passaram horas,
Dias e meses.
Mas a cada dia que
Se passa ele gosta
Mais e mais dela.

Ela ressuscitou
Um sentimento
Que  o garoto só sentiu
Na sua infância,
E era um sentimento inocente
Que surgia nas festas juninas.
Quando  o menino lutava com
Os coleguinhas de sala
Para dançar com a sua princesinha.

Depois de várias investidas
Ele tentou resolver de
Um vez por todas esse
Imaginário romance.

Colocou esse sentimento
Em um baú,
No quarto escuro
E no porão.

Se um dia ele
Precisasse abrir
Esse tal baú,
Ele abriria,
Mas ele ia fazer
De tudo para
Este baú entrar
De uma vez  por todas,
Para o esquecimento.

Que Fechem as cortinas...

sábado, 19 de novembro de 2011

Belos frascos







Existe vários e belos frascos ao meu redor,
De cristais
e porcelanas.


Os de cristais
São mais do que detalhados.


Os de porcelanas
São mais do que encantados.


Agora, o conteúdo que é bom,
Nada...

sábado, 12 de novembro de 2011

Quebra gelo





Abro os olhos, meio-dia.
O teto é a tela do meu quadro.
Um branco gelo do qual não escapo
Nos lençóis, apatia.


No banheiro o espelho denuncia.
As rugas mostram o tempo decorrido.
A cara deslavada, o peito destruído.
Não, não era o que eu queria.


Algo de estranho acontece
De uma força interna que cresce.
Que me dá energia
Para sair dessa letargia.


Vou me levantar e tentar.
Por medo de errar eu não posso ficar.
Esse homem não é mas um menino.
Vou sair pela porta e alcançar meu destino.


Obs. Essa poesia não é totalmente de minha autoria, só alguns trechos. Foi parceria.

Pensativo



Na noite gelado do sertão
Os cachorros vagam
Os bêbados discursam ao vento.

O céu com o seu bolão
A iluminar os que andam
Com a mente confusa ao relento.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O que seria do...


O que seria do escritor
Se não fosse 
Sua caneta.

O que seria do guitarrista
Se não fosse 
Sua guitarra.

O que seria do professor
Se não fosse
Sua retórica.

O que seria do jornalista
Se não fosse
Sua crônica diária.

O que seria do político brasileiro
Se não fosse
Sua corrupção.

Sua presença



A espera do sono
O coração a bater,
Cada vez mais forte.

A ansiedade chega
E fica ao meu lado.

Devido sua presença
Concreta
Está cada vez mais 
Próxima.

Fico olhando o mar
E o vento a assoprar
Sua presença,
Mais do que abstrata.

Tento me conter
Para nada de ruim acontecer,
Quando eu estiver com você.

sábado, 3 de setembro de 2011

Porque estou aqui?

                                             No meio dessa fumaça.




                                         No meio dessa escuridão.

                                          No meio dessa multidão.


                                                         

                                                      No meio desse álcool.



                                          No meio desse frio.

                                          No meio desse livro.

                                                          Se é o acaso ou não,
                                                          Eu estou aqui e não
                                                          Posso perder o meu
                                                          Indeterminado tempo.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sorriso de coringa




Acabei de chegar
Em casa.

De joelhos
E com as
Mãos
Levantadas
Ao céu,
Eu agradeço
O nosso
Superior.

Pelo o
Nosso
Encontro.

Os dias para mim
Não eram mais dias,
Eram vendavais
E sem calmarias.

Estava ali
Naquela livraria
Procurando um título,
Mas aquele que
Fizesse mergulhar
Nas entranhas das palavras
De um bom livro.

A minha mochila
Estava repleta
De esperanças vencidas.

E você chega
Imprimindo suas
Digitais nas lentes
Dos meus óculos.

Perguntando-me quem era?

Claro que com aquele
Perfume
Eu reconhecia a quilômetros.

Quando escutei
Sua voz
O meu ser
Entrou em torpor.

Desculpe-me!
Ao pronunciar
Seu nome
Com um certo
Gaguejar.

Quando me virei
E te abracei
Sentir uma
Conexão de espíritos,
O seu entrando no meu.

Transmitindo paz
E ternura.

Você puxando-me
E a dizer:
Tenho dois livros
Especiais para você.

E eu a correr
Atrás de você
Pela livraria.

Mostrando-me
Dois livros pra mim,
Os indecentes
Da Stella Florence,
E a teoria das janelas quebradas
Do Draziu Varella.

Eu também separei dois
Para ela,
No buraco
Do Tony Bellotto,
E aos meus amigos
Da Maria Adelaide Amaral.

Livros comprados
E de braços dados,
Tive uma ideia,
Vou chamar ela
Para assistir um
Um documentário?

Soltei a mão dela,
Entrei na sua frente,
E com um tom poético,
Recitei o convite.

Nobre jovem
Por acaso,
Não o acaso,
Mas na pura certeza
E uma elegante clareza,
Você aceita assisti
Um documentário
Com este pseudo poeta?

Ela fingiu
Ficar na dúvida,
Só para me sacanear
E esbravejou,
Claro que eu vou
Meu poeta,
E não um pseudo.

Pipoca em uma
Das minhas mãos,
E o refrigerante com ela,
Adentramos no cinema.

O trailer começa,
A luz do cinema
Começa a escassear,
Pipocas são devoradas
E jogadas um no outro,
Parecendo
Dois adolescentes
Imaturos.

A pipoca acaba,
E o refrigerante,
Também acaba,
Apesar do documentário
Ser muito bom,
Os olhares se cruzaram.

A minha mão direita
A passar entre
Seus cabelos e ombros,
A mão esquerda
Começa a passear no seu lindo rosto,
Passeando vagarosamente.

E um beijo aconteceu,
Vários beijos,
Mas de compreensão,
De afinidade entre bocas,
E pequenos gestos casuais.


Ali naquele
Cinema,
Selamos
Nossa
História,
E neles juramos
Compreensão
Um pelo outro.

Juramos
Amor
Lealdade e
Além de tudo
Um imenso
Respeito.

E agora
Eu aqui
Direcionando-me
Para minha cama,
Para dormir
Com um
Sorriso de coringa.


segunda-feira, 4 de julho de 2011

SAUDADES!







Na rua deserta e fria
Senti sua falta.

Acabei de me encontrar
Com amigos,
Para rir um pouco.

Esta semana foi
Muito difícil,
Muito conturbada.

E neste céu nebuloso
Nesta madrugada
Tento te ver.

E vejo!

Você dormindo.


Eu estou
Na sua poltrona
De leitura.

Liguei o
Seu
Abaju.

Você está estática
Na sua cama,
E toda coberta,
Exceto seu rosto.

Que cabelos lindos!

 
Sua boca
Nem se fala,
Que boca estarrecedora.

Saudades de teus lábios,
Saudades do teu corpo.

domingo, 29 de maio de 2011

Diminutos fragmentos



Há pedaços de vidro
No asfalto
(na faixa de pedestre).


Na minha frente
Na minha direção.


E quebrarei um por um,
Até rebaixá-los
Á diminutos fragmentos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

UM HOMEM BOM





Estava caminhando
Entre ruas estreitas.


Olhando livrarias
Manchetes de jornais.


Em um banco
De madeira.

Uma menina
NÃO!

Uma mulher
Chorando!

Passei despercebido
Em frente ao banco.


Fiquei pesando...
 Voltar?


Voltei
E sentei.


Ao seu lado
Lado a lado.


Ela assustou-se
Eu comuniquei.


Minhas intenções
Eram de ajudar.

Porque choras
Mulher?


Ela não conseguio
Nem pronunciar.


Seu desespero
Era estarrecedor.


Eu segurei
Seus braços.


Ajudei a levantar
E levei a um restaurante.


Acomodei ela
Em um sofá.


E em uma  ala
Bem reservada.


Pedir licença
Falei com o garçom.


Água com acúcar
Já estava na mesa.


Ela ingeriu
Tal líquido.


Comecei a dialogar
Para mim informar.


Ela muito trêmula
 E a garguejar.


O irmão morreu
Infarto fuminante.


Ele estava em casa
Domindo.


O irmão era professor
E um elegante escritor.


Nunca enganava
Sequer um mendigo.


Era ovacionado
Pelas mulheres.


Belas mulheres,
As amantes de suas poesias.


Não só mulheres,
Mas a todos que ele rodeou.


Ela toda vez que o encontrava
Entrava em choque.


Saiam faíscas extridentes
O melhor era viver separados.


A distância era o melhor 
Remédio para eles.


As controvérsias ideologicas
Era o fator catalisador das discurssões.


Só agora lhe veio a tona 
Todo o brilho do irmão.


Um grande homem!
E que Deus a tenha.