sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CARNE VIVA



Homens
Mulheres
Com expressões
Densas.

Parecem
Que estão
Em outro
Planeta,
Mas bem
Distante.

Histeria de alguns,
Piadas para outros.
Preocupação para a maioria.

Pais
Aflitos.

Na cidade
Maravilhosa,
A névoa
Sinistra
Ronda,
A todos.

Da ignorância
Dos traficantes,
E UPPs só
Na zona sul.

Veículos
Queimam
Como
Papéis.

Cárcere
Privado
Par geral.

Tanques
De guerras
Nas ruas.

Miliquetos
A falarem
Em revolução.

Revolução
É mudança,
Mas é
Completa.

Quanto tempo
O Rio,
São Paulo,
O Brasil.
Vai dormir
Bem abraçadinho
Com a violência
Urbana?

Cadê a revolução?
Cadê?
Eu não estou vendo,
Você está?


Se depois que
A “ordem”
Estiver estabelecida
Nossos governantes
Vão continuar
Sendo
Financiados
Pelos
Traficantes.
Ou melhor
Pelo tráfico.

Até consumidores
Nossos representantes
São.

Leitor ou leitora,
Você se lembra
Do jogo Brasil versus
Argentina no Mineirão
Em 2007?

A nossa torcida
A  cantar,
“Maradona
Vai se fuder,
O Aecinho  aqui
Cheira mais do que você”

Subir no morro
Colocar Upp é legal,
Mas é só o primeiro
Passo.

Oh Deus do céu!
Abençoe essas pessoas
Que estão sentindo
Esse sofrimento
A carne viva.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CALUNDU

Você entra no recinto
Eu saio.


Escuto sua voz.
Tento não ouvir.


Você está no corredor.
Então eu não passo.


Você está com  nossas amigas
Falo um simples bom dia.

Eu tangencio você.
De todas as formas.

Mas o destino nos coloca
Frente a frente.

Você sentiu minha falta,
Eu senti a sua.

Mas o orgulho mútuo,
Deixou que sua boca
E a minha sentisse
O nosso prazer.


Eu a me distanciar
Você também.


Oito segundos depois
Você a olhar para trás
E nossos olhares se cruzarem.
E saber que ali ia ser a primeira
E última chance para nós dois,
Como crianças com calundu.
17/11/2010
CALUNDU: agastamento passageiro entre duas pessoas que se querem bem.

UM BOM PREFEITO

Da infância
Pobre.
Com pouca
Comida,
Roupas
E sapatos.


Dormia para
Ver se a fome
Evaporava.

Tinha duas
Opções,
No meu
Belo
Sertão.


Ser agricultor
Como o pai.

Ou estudar
Para ter um
Diploma.


Estudou para
Ter um diploma.


Mas com muitas
Adversidades.
Principalmente
A financeira.


Conseguiu
O diploma.


Mamãe,
Titias,
Titios,
Parentes,
Amigos e
Inimigos.

Elogiavam
O garoto
Por sua
Vitória
Triunfal.


O menino
Agora é médico.


No sertão
Ou na cidade
Grande
É denominado
De doutor.

Como ser
Doutor?
Se não fez
Doutorado?!

Esse doutor
Ser torna
Um notável
Médico.


Sua fama
Edificava-se.
E a fortuna
Crescia.

Em cada
Paciente
A ser atendido.


Um sentimento
O corroia.
Como se ainda
Estivesse devendo
Algo, apesar
De ter pagado
Um alto valor
Pela consulta.

Um negociante
De medicina,
Como Bezerra
De Menezes,
Interpretava.


Agora ele almeja
Uma possibilidade.
De ser prefeito
Da cidade natal.

E olha!
Que o
Bom menino
Ganhou
As eleições
Para
Prefeito.

Agora o dinheiro
Entra no seu bolso,
De uma maneira
Que a população
Nem sonha.


Troca uma folha
De papel, por
Algumas centenas,
Não!
Que centenas?
Mil,
Que mil?
MILHÕES
Na sua
Conta bancária.


O pior que muitas
Crianças,
Da cidade
Não tem uma
Escola de qualidade.

E o filho do médicozinho
Estuda na melhor
Escola do país.

Uma dessas
Crianças,
Resolve
Ser assaltante.

E acaba tornando-se
Bem sucedido
Rouba bancos e
Traficam drogas.

O filho do prefeito
Vai passar férias
Na cidade do pai.


Em um belo
Assalto,
O filhinho
Recebe uma
Bala no abdômen.


É cara amigo!
O menino
Do bem.


Acabou de
Encontrar
O velho
Zé Maria.

O seu pai
A chorar no leito
De morte.


E pergunta-se,
O que ele fez de
Errado.
                                                                          20/11/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Enem é o nem ai


Do gabarito
Invertido.
Outro tumulto
Instaurou-se.

No carnaval
Passado,
Uma cópia
De prova
Na cueca.

Nesse carnaval,
Provas danificadas.
Temas de redação
Volatilizado,
Pré realização.

E o lulês
Dizendo
Que
O nem
Foi um sucesso.

Está mesmo,
Mas  é de bagunça.

E nem um
Relógio
Podia
Usar.

Onde no nem,
O tempo
É crucial.

É o nem mostrou
Muito bem o que
Ele queria.

O nem ai,
Mas é para nós
Estudantes.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


A batalha se aproxima.
O coração bate forte.
O sono está demorando.

A comida não é ingerida.
Tenho noção precisa do tempo.
Não sinto minhas pernas.

Vejo o mundo passar
Pela minha janela.
Parece que estou preso.

Pego o violão
Para espantar a solidão.
Não por está só,
Mas por se sentir só.

...


Não amei,
Amo.
Deixei,
Mas voltei.

Ah como é bom!


Ah como é bom!
Fazer um verso
Para você e ver
Um sorriso seu.

E nesse sorriso
Vejo coisas boas.

Ah como é bom!
Através de um
Verso meu
Deixar um
Pouco do seu
Dia
Mais feliz.

Você gosta de
Mim e eu gosto,
Tanto quanto,
Você.

Ah como é bom!
Ver você nas
Paisagens
Por onde
Ando.

Ah como é bom!
Ver você nos
Meus sonhos.

Ah como é bom!
Escutar a sua voz
E nela mergulhar.

Ah como é bom!
Nossas conversas
Com
Tantas afinidades.

Ah como não é bom!
Ver você
E não poder tocá-la.